28

September

2017

Uso de AAS e Heparina na falha de implantação embrionária

‍A implantação embrionária é um processo complexo entre o embrião e o endométrio que envolve vários fatores, muitos deles ainda desconhecidos.

Introdução

A implantação embrionária é um processo complexo entre o embrião e o endométrio que envolve vários fatores, muitos deles ainda desconhecidos. Para que ocorra esse fenômeno se faz necessário coordenação dos eventos de adesão, nidação e invasão do trofoblasto.  Alterações nessas etapas podem levar a falha de implantação embrionária (RIF). Assim terapias adjuvantes tem sido usadas e estudadas na tentativa de melhorar as taxas de gravidez nas pacientes que apresentam RIF.

Objetivo

Revisar e consolidar o uso da heparina e AAS nas pacientes submetidas a Fertilização in-vitro com falha de implantação.Métodos:pesquisa de estudos por intermédio do PubMed, Scielo, Infertility and Sterility e  Bireme.

Resultados

Dentre as medicações utilizadas e estudadas encontram-se a heparina e AAS. A heparina apresenta-se como forma não-fracionada ou sua derivada a heparina de baixo peso molecular (HPBM) com atividade similar, mas melhor biodisponibilidade e maior meia-vida.  Os estudos relatam os efeitos da heparina como anticoagulante, anti-inflamatório, anti-apoptótico, na modulação da receptividade endometrial e na inibição da ação dos Anticorpos antifosfolipideos no trofoblasto e do AAS na melhora da perfusão ovariana e endometrial, indução de melhor tolerância imunológica materna, melhora da resposta ovariana às gonadotrofinas.Siristatidis em 2016 analisou 13 trials relacionados ao uso de AAS e não observou diferença significativa entre o grupo controle e o grupo de estudo. Neelam em 2013 em uma meta-analise demonstrou que na análise total dos trabalhos houve melhora na taxa de nascidos vivos no grupo da HPBM, no grupo de estudos de mulheres com RIF inexplicada não houve diferença estatística significativa, mas demonstra uma tendência a melhora das taxas, e quando avalia taxa de implantação a análise total dos estudos não demonstra diferença significativa entre os grupos mas um tendência a melhora das taxas no grupo da HBPM.

Conclusão

Deve-se ter cautela na indicação do uso de HPBM para as pacientes com RIF submetidas a FIV.  Existe uma tendência de melhora das taxas, mas novos estudos com maior população se fazem necessários para comprovar e indicar com segurança o uso de heparina na melhora dos desfechos das pacientes com RIF inexplicada. Enquanto nas pacientes com RIF de causas conhecidas segue o tratamento da causa base, nas pacientes com desordens trombofílicas ou APA, os trabalhos demonstram melhora das taxas com o uso de heparina. Quanto ao AAS não se tem indicação de uso rotineiro nas pacientes com RIF.

Referências bibliográficas

Neelam Potdar e col. Human Reproduction Update, VOL 19, pag 674 – 684, 2013

Kobra Hamdi e col. Journal of Family and Reproductive Health, vol 9, pag 59 – 65, 2015

Hulusi Zeyneloglu e col. Semin Reprod Med 2014; 32; 297- 305

Revelli Alberto e col. Fertility and Sterility, vol 90, nov 2008

Siristatidis e col. Cochrane Database, 2016, nov.Kumar Pratap e col. Journal Hum Reprod Sci, 2013, 88-92

Publicado por
Aline Bender Cervi

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